Na sequência da privatização da CP-Carga, a administração da MSC desencadeou uma operação de transferência de algumas actividades para um ACE – Agrupamento Complementar de Empresas, criado no âmbito de todas as empresas do grupo em Portugal e para o qual pretende passar trabalhadores, num processo em que, pura e simplesmente, pretende ignorar a existência da organização colectiva destes, procurando colocar a decisão apenas no plano individual, para mais facilmente atingir os seus objectivos.
Mas na defesa dos interesses de classe dos envolvidos, interviemos e apresentámos um conjunto de reivindicações, que mesmo sem qualquer discussão com o Sindicato, foram passadas, em grande parte para a nova versão do contrato apresentado aos trabalhadores.
Nesta nova proposta de contrato já está salvaguardada a dívida aos trabalhadores referente ao processo dos abonos dos “variáveis”, garante-se a contratação colectiva e outros direitos no presente e no futuro, mas, para todos os efeitos estamos perante uma cessão do contrato de trabalho com a sua passagem para outra entidade e, apesar de se salvaguardar diversas hipóteses de retorno do trabalho à empresa de origem, (se a mesma existir) e por isso perguntamos o que acontecerá se entretanto a mesma deixar de existir ou sofrer um processo de transformação? Para onde vai o trabalhador?
Cremos que é preciso garantir a possibilidade de retorno do trabalhador à empresa de origem ou ao que dela resultar em virtude de processos de reestruturação.
De imediato procuramos intervir na defesa dos direitos de quem trabalha, a quem a MSC/MEDWAY prometeu um futuro risonho no quadro da privatização, isto sem deixarmos de analisar todas as questões que se colocam, nomeadamente as responsabilidades do Governo, tendo em conta que a MSC apenas detém 95% do capital social da empresa.
Entendemos que os trabalhadores devem continuar a não ter pressa em qualquer decisão e continuarem a assumir uma posição colectiva em todo o processo, porque foi isso que determinou as evoluções registadas para já.
Sabemos que na quarta feira a Comissão de Trabalhadores vai realizar um plenário na Avenida da República, onde estará também o Sindicato para continuar a esclarecer e a ouvir os trabalhadores, nomeadamente em relação ao que fazer no futuro.
Fonte: FECTRANS