Uma das primeiras medidas da nova administração da C/EMEF, nomeada pelo governo, foi o de despedir 10 trabalhadores com vínculos precários, com posto de trabalho nas oficinas de santa Apólónia.
Estes trabalhadores foram contratados via empresas de trabalho temporário (já iam na terceira), com o justificação que os Orçamentos de Estado não permitiam a admissão de novos quadros, embora, desde o ano passado, haja um pedido ao governo para a admissão de 50 trabalhadores para a EMEF.
Numa altura em que as avarias com material circulante aumentam (ainda ontem foi um caos na linha do Norte), a medida da CP/EMEF e Governo é reduzir a capacidade de intervenção de quem tem a obrigação de assegurar a qualidade e segurança do material circulante – a EMEF. Com que finalidade? Vir a justificar um novo desmembramento da empresa ou sua privatização?
A administração da CP/EMEF há muito vem sendo alertada para o problema e optou por nada fazer, apesar de compromissos em contrário, vindo agora justificar com o argumento de que o contrato é com uma empresa de trabalho temporário e não com os trabalhadores, (palavras do membro da administração que é também director geral da EMEF).
Estes trabalhadores, apesar de contratados por uma ETT, trabalham na EMEF sob orientação de hierarquias desta empresa, integram equipas de trabalho no âmbito da reparação e manutenção de equipamento ferroviário como qualquer outro trabalhador com vínculo efectivo, utilizam os equipamentos e ferramentas da EMEF e respectivo fardamento.
É reconhecida a necessidade destes trabalhadores e, numa reunião com a Sub-Comissão de Trabalhadores local, a hierarquia da empresa admitiu o prolongamento da ligação dos trabalhadores à EMEF:
Trabalho temporário - O novo contrato será realizado pelo período de vigência do contrato de renovação do Pendular e que em principio serão as mesmas 10 pessoas que estão a acabar o contrato a fazer um novo de um ano.” (extracto da act
Estes são trabalhadores inseridos no processo de regularização de vínculos precários – PREVPAP – tendo feito o respectivo requerimento até ao dia 30 de Junho, conforme determinou o governo, para de imediato serem despedidos. Que credibilidade dá o governo a esse processo ao admitir estes despedimentos? Ou será que a regularização passa,não pela integração dos trabalhadores com vínculos precários, mas sim pela sua saída das empresas?
Na segunda feira, último dia do contrato, o Sindicato vai discutir com os trabalhadores o que fazer para combater o despedimento destes trabalhadores com vínculos precários, mas que estão a ocupar postos de trabalho permanentes e que fazem falta para a aumentar a capacidade de reparação de comboios.