No final de uma semana de Comícios da Indignação dos Professores (Porto, Faro, Lisboa, Évora), Coimbra fecha a campanha pela dignidade da profissão, na qual os docentes portugueses exigem respeito e justiça.
Os Professores exigem respeito pela dedicação e empenho que põem no exercício profissional e expressam a sua indignação pela insistência do governo em desconsiderar e apagar o trabalho que realizaram durante os períodos de congelamento das carreiras, durante os quais, como outros trabalhadores da administração pública, já foram fortemente penalizados, não obstante o cabal cumprimento das suas obrigações.
Os Professores não abdicam da justiça que lhes é devida. Têm direito a ver, ainda que faseadamente e admitindo a conversão para efeitos de aposentação, consagrados 9 anos, 4 meses e 2 dias de recuperação do tempo de serviço: trabalharam, obtendo até os melhores resultados nas últimas décadas no combate ao insucesso e ao abandono escolar; cumpriram as obrigações fiscais; viram, como outros, os seus salários drasticamente cortados durante esse tempo, não estando, no entanto, a reclamar o ressarcimento por prejuízos passados; tiveram as condições de trabalho pesadamente agravadas; nesse período cresceu a precariedade laboral e aumentou o desemprego também na profissão docente.
Em Coimbra, voltarão a concentrar-se centenas de docentes. Envergarão o luto que se justifica pelo desrespeito e pela desvalorização de que a profissão docente está a ser alvo, desde logo pela intransigência e chantagem assumidas pelo governo em relação ao tempo de serviço que cumpriram e pelo resultado negativo da apreciação parlamentar realizada na Assembleia da República, que, em função de recuos verificados em relação ao que havia sido consensualizado na Comissão Parlamentar, acabou por não permitir dar passos que eram justos e que os professores esperavam.
De luto mas para continuar a luta é a palavra de ordem dos professores e das suas organizações sindicais. Por isso, há já um conjunto previsto de ações de denúncia, de protesto e de continuação de exigência da contagem integral do tempo de serviço, de um regime de aposentação que contrarie o envelhecimento da profissão, de medidas efetivas para combater a precariedade de emprego ou de alteração do regime de horários de trabalho de modo a garantir-se o respeito pelas 35 horas semanais, duração legal do horário semanal.
Os professores não deixarão a luta e, defendendo a dignidade da profissão docente e a importância social do seu trabalho, não abandonarão a pressão sobre os partidos. Levar o luto e a luta até ao voto é um objetivo traçado de imediato. Os professores e educadores irão lutar agora e até ao último dia desta legislatura!
A Direção do Sindicato dos Professores da Região Centro e a FENPROF exortam os professores a participar no Comício da Indignação, em Coimbra, em encerramento de Campanha, a partir das 17.30 horas, na Praça 8 de Maio, e desde já convidam os/as senhores/as jornalistas a acompanhar esta iniciativa.