grevecallcenterBejaOs trabalhadores de call centers da PT estão em greve nesta terça-feira. Com o lema "Vamos parar os call centers da PT de Norte a Sul", o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (SINTTAV) agendou concentrações para Beja, Santo Tirso, Porto, Évora, Castelo Branco, Coimbra e Lisboa. A ação realiza-se entre as 10h e as 11h, e tem como objetivo combater os despedimentos que estão a ocorrer em todas as empresas, a forma indigna como os trabalhadores são tratados por alguns coordenadores, os objetivos inatingíveis que lhes são impostos e os bancos de horas ilegais.
FONTE: Rádio Voz da Planicie

NOTA DO SINTTAV À COMUNICAÇÃO SOCIAL

Greve de 1 hora no dia 3 de Fevereiro dos trabalhadores das Empresas de Trabalho Temporário em funções nos Call Center e serviços da PT.

Os trabalhadores param das 10 às 11 horas em SOLIDARIEDADE para com os colegas agora despedidos e PUGNAM por melhores condições.

Na PT pode estar a acontecer o maior despedimento “coletivo” de sempre, envolvendo trabalhadores das empresas de trabalho temporário.

Só nos últimos dois meses dos Call Center da PT calculamos que foram despedidos mais de 3 centenas de trabalhadores, nomeadamente em serviços de Back-Office e Front-Office. Só a Tempo Team despediu cerca de 170 trabalhadores de uma só vez, que prestavam serviço no Back-office da Oi.

Para a PT “trata-se de acertos pontuais que ocorrem todos os inícios de ano”, o certo é que nem os trabalhadores com vínculo efetivo às ETT’s escapam ao despedimento.

A PT não pode dizer que contratou o serviço e não os trabalhadores, porque uma empresa socialmente responsável não agrava o desemprego, cria valor para a sociedade e não apenas para os acionistas.

Para nós SINTTAV trata-se de “descartar da responsabilidade sobre os trabalhadores”, os mesmos que nos últimos anos a empresa utilizou em regime de Outsourcing como solução para satisfazer a prestação de serviços alegadamente transitórios, onde na verdade os trabalhadores têm desempenhado funções de carácter permanente com responsabilidade direta na PT e peça importante no desenvolvimento económico da empresa.

Será que esta fatura que os trabalhadores estão a pagar se deve à situação instável que a PT tem vivido nos últimos tempos?

No grupo PT e no setor somos o sindicato mais representativo, por isso a responsabilidade é acrescida. É nosso objetivo prioritário defender no Grupo PT os cerca de 27 mil postos de trabalho dos quais 11 mil são diretos e cerca de 16 mil indiretos, em regime de Outsousing.

Os despedimentos a que nos referimos levantaram uma onde de indignação no seio dos trabalhadores, que decidiram reagir, organizando-se para, através de uma ação de luta simbólica, prestarem solidariedade aos colegas agora despedidos e também pugnar:

- Contra os despedimentos em massa ocorridos nos últimos 2 meses;

- Contra a ausência do diálogo social;

- Contra o tratamento indigno de algumas coordenações, humilhação, coação, retaliação, ameaça, imposição etc;

- Contra a imposição de objetivos inatingíveis;

- Contra os Contratos de trabalho que subvertem as normas do Código do Trabalho cuja sua aplicação depende do acordo do trabalhador;

- Contra o banco de horas;

- Violação do direito a férias;

- Pela Harmonização salarial;

- Pela discussão sobre a clarificação e critérios de atribuição de Prémios;

- Aumentos salariais;

- Contra a perseguição Sindical;

- Por melhores condições de trabalho;

- Trabalho digno e com direitos.

O SINTTAV e os trabalhadores exigem ser ouvidos, que as empresas levem o diálogo social a sério, que a PT deixe de ficar indiferente aos problemas dos trabalhadores, pela discussão séria de regras que sejam aplicadas por igual a todas as ETTs.

Pelo exposto os trabalhadores das ETTs a prestar serviço no Grupo PT vão no dia 3 de fevereiro fazer greve de 1 hora, (das 10 às 11 horas).

Não é só na PT que os problemas existem, estes são transversais a todos os grandes Grupos Económicos, nomeadamente, à NOS, Vodafone, Optimus, Cabovisão, etc…, por isso o SINTTAV quer deixar claro que é nossa intenção na segunda fase desta ação estender a luta aos trabalhadores das ETTs atualmente a prestar serviço nestes Grupos, essa será a fase seguinte, por isso dizemos “esta luta é como uma Bola de Neve, não sabemos a dimensão que a mesma pode atingir”.