O número de desempregados aumentou 4,4% em termos homólogos no 3º trimestre, sendo de 326 milhares em termos oficiais. 

A taxa de desemprego subiu para os 6,1% entre os jovens com menos de 25 anos que registam uma taxa de desemprego de 20,3%. As mulheres mantêm uma taxa de desemprego de 6,7%.

Considerando ainda os cerca de 295 mil subempregados, desencorajados e inactivos disponíveis, a subtilização do trabalho atinge perto de 621 mil de pessoas.

Ao mesmo tempo a protecção social no desemprego não chega a cerca de dois terços do desemprego real e o valor médio das prestações pagas é de apenas 584 euros, pouco mais que o limiar da pobreza (551 euros). Mais de 44% dos desempregados que têm acesso a prestações de desemprego recebem no máximo 500 euros por mês.

O emprego subiu 2,2% mas a precariedade subiu mais (8,7% face ao trimestre homólogo, com mais 60 mil novos empregos precários), atingindo 752 mil trabalhadores e conduzindo ao reforço do peso da precariedade no total do trabalhadores por conta de outrem (passou de 16,6% no 3º trimestre do ano passado para 17,5% no 3º trimestre deste ano). Atinge os 34% entre os jovens com menos de 35 anos, sendo particularmente elevada entre os menores de 25 anos (57%).

Neste trimestre ocorreu uma nova perda dos salários reais. O rendimento médio mensal líquido dos trabalhadores por conta de outrem, no valor de 1.046 euros, perdeu 0,5% do seu poder de compra quando comparado com a situação de há um ano, tendo em conta a variação homóloga dos preços do cabaz de referência médio do INE. No entanto, para muitos trabalhadores e suas famílias a perda de poder de compra terá sido superior, uma vez que os bens alimentares têm aumentado mais que o cabaz médio e este não inclui os encargos com habitação própria permanente que impendem sobre muitas famílias e que tiveram um aumento significativo no último ano.

As desigualdades acentuam-se em consequência da ausência de resposta aos graves problemas estruturais do país. O que se exige são respostas aos problemas dos trabalhadores, dos jovens e das famílias.

É urgente mudar de rumo. O aumento geral e significativo dos salários para todos os trabalhadores, 15%, não inferior a 150 euros, é uma emergência nacional e um elemento fundamental para melhorar de imediato as condições de vida dos trabalhadores e garantir o futuro do país. 

A riqueza criada pelos trabalhadores permite que todos os que cá vivem e trabalham o possam fazer com dignidade.

EMP/CGTP-IN