Os últimos dados do INE revelam que o desemprego está a aumentar e o emprego a diminuir. A taxa oficial de desemprego foi de 13,9% em Novembro de 2014, tendo o número de desempregados aumentado em 17,4 milhares face a Outubro e o emprego caído em cerca de 3 milhares apenas num mês. Os jovens e as mulheres foram os mais afectados.
A realidade é mais dramática do que a indicada por estes números. Além dos desempregados apurados pelo INE, há mais de 330 mil desencorajados e outros inactivos que querem trabalhar e 232 mil trabalhadores a tempo parcial que querem mas não conseguem trabalhar mais horas, encontrando-se subempregados. Outros emigraram (entre 2011 e 2013 emigraram temporária ou definitivamente 350 mil portugueses).
Apesar de recorrer massiva e crescentemente às chamadas medidas activas de emprego, como os contratos emprego-inserção e os estágios - que abrangem mais de 75 mil desempregados e que estão a ser usadas não para integrar os jovens e os desempregados no mercado de trabalho mas sim os explorar, impedindo a sua contratação – o Governo não consegue esconder a degradação do emprego e o aumento do desemprego.
Ao mesmo tempo que empurra jovens e trabalhadores mais velhos para o desemprego, nega-lhes ou enfraquece o direito à protecção no desemprego, sendo cada vez mais a proporção de desempregados sem prestações de desemprego.
Os dados agora publicados pelo INE vêm mostrar que, a por mais que o Governo se esforce em fazer passar a mensagem de que o país está a melhorar, a realidade confirma, por um lado, a natureza destrutiva das politicas de austeridade e, por outro, que só é possível reduzir o desemprego e criar emprego de qualidade, com uma nova politica, que promova o crescimento económico e assegure a protecção social de todos os desempregados.