A conferência das Nações Unidas sobre o clima, a COP 21, que se inicia segunda-feira, 30 de Novembro, é uma das maiores reuniões internacionais sobre ambiente. Tem como desafio conter as alterações climáticas que ameaçam as nossas sociedades e o equilíbrio planetário. Esta conferência deverá conduzir à adopção de um acordo universal alicerçada na transição para uma economia de baixo carbono e capaz de enfrentar as alterações climáticas.
Espera-se um acordo para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa a fim de que a temperatura média global não ultrapasse 2ºC em relação ao período pré-industrial.
As alterações climáticas são a consequência de um modelo de produção e consumo inapropriado para satisfazer as necessidades de muitas pessoas, pondo em risco a nossa sobrevivência, e têm um impacto injusto, afectando especialmente as populações mais pobres e mais vulneráveis. Essas alterações exercem uma influência crescente na deterioração de vidas das populações, aumentando os fluxos migratórios e contribuindo para o crescimento do número de refugiados climáticos.
Portugal é um dos países da Europa mais vulneráveis às alterações climáticas. Nas últimas décadas observou-se uma maior frequência de fenómenos meteorológicos extremos, como ondas de calor, precipitação elevada em intervalos curtos de tempo, que aumentam o risco de inundações, enxurradas e deslizamento de terras e agravam a ocorrência de secas. Houve uma redução da precipitação média anual de 26 mm por década entre 1941 e 1975, e de 44 mm entre 1976 e 2007. Estes fenómenos são preocupantes pelos efeitos que têm nos diversos sectores socioeconómicos, na saúde pública e na biodiversidade.
É possível mudar de rumo
Em todo o mundo surgem iniciativas que melhoram a qualidade de vida e reduzem as emissões poluentes: agricultura sustentável, produção e consumo de produtos e energias renováveis ou transportes públicos, vias pedonais e cicláveis pensados para as pessoas. As soluções existem, falta implementá-las em grande escala e adoptar um sistema produtivo justo e eficiente. As falsas soluções que perpetuam um modelo consumista e impedem uma autêntica transformação do sistema em consonância com os limites planetários não servem.
Além do combate pela redução de emissões poluentes, é também necessário adotar estratégias de mitigação e adaptação a fim de minorar os efeitos das alterações climáticas em curso. A mitigação e adaptação podem trazer benefícios para a saúde, para o ambiente, para as actividades humanas e pode gerar emprego associado à transição energética para uma economia de baixo carbono. Importa apostar mais na eficiência energética.
A CGTP-IN recomenda que Portugal mantenha uma posição firme nas negociações da COP 21, para chegar a um acordo que permita controlar as alterações climáticas. Exige-se que haja um acordo para defender os interesses da população, uma transição justa que assegure empregos de qualidade, assegurando a protecção do planeta.
29 de Novembro de 2015
Fontes:
http://alianza-clima.blogspot.com.es
www.cnads.pt
www.cop21.gouv.fr