A CGTP-IN acompanha com preocupação os desenvolvimentos dos últimos dias na Palestina e em Israel, e o agravamento da situação, com a escalada do conflito e as suas trágicas consequências para as populações, que com profundo pesar lamentamos.

Uma situação que só se mantém e agrava pelo incumprimento das dezenas de resoluções da ONU e pela manutenção e aprofundamento da política de ocupação e genocídio que, desde 1948, reprime e oprime o povo palestiniano.

Política racista e de humilhação do Estado de Israel sobre os palestinianos e agravada nestes últimos anos com acções provocatórias dos sectores mais reaccionários da sociedade israelita, com a cumplicidade do governo de Netanyahu.

Recordamos a construção de novos colonatos e o aprofundamento do processo de ocupação e limpeza étnica levada a cabo por Israel desde que se iniciou a ocupação da Palestina.

Recordamos a destruição de escolas e serviços públicos, o ataque e prisão arbitrária (incluindo de 1200 crianças que desde o ano 2000 conheceram as prisões israelitas), a invasão de mesquitas, nomeadamente de Al-Aqsa, a destruição e inutilização de água potável e terrenos agrícolas, a manutenção do bloqueio e cerco de Israel a Gaza desde 2007 – onde os mais de dois milhões de palestinianos aí residentes permanecem encarcerados e sujeitos às maiores privações e à violação dos seus direitos mais básicos.

Não se pode ignorar que a escalada de violência se apoia na acção dos EUA - que por três vezes vetou uma resolução do conselho de segurança da ONU para um cessar-fogo e mantém o reconhecimento de Jerusalém como Capital de Israel - e com a postura conivente da União Europeia e da NATO com a acção agressiva e provocatória do governo de Netanyahu. A escalada de violência e o seu agravamento que o governo israelita já pôs em marcha vai no sentido oposto às necessidades de construir a paz na região.

A CGTP-IN insta o Governo Português para que se posicione ao lado da paz em consonância com o Direito Internacional, as inúmeras resoluções da ONU e o cumprimento da Constituição da República Portuguesa.

Reiteramos a urgência de uma solução que necessariamente passe pelo cumprimento das resoluções da ONU e pelo fim da ocupação da Palestina por Israel; que reconheça o direito histórico do povo palestiniano a construir o seu Estado independente e soberano, com as fronteiras anteriores a 1967 e com capital em Jerusalém Oriental.

INT/CGTP-IN
09.10.2023