Foram muitos os trabalhadores e reformados que hoje, 9 de Novembro, se juntaram em Lisboa, numa grande manifestação que encerrou a quinzena de lutas nas empresas dos transportes e comunicações.
Os manifestantes trouxeram para a rua o protesto, a luta e a resistência que se tem desenvolvido no interior das empresas, assim como a ampla unidade na acção que se tem construído a partir dos locais de trabalho, em torno de reivindicações comuns numa luta que é de todos.
O governo quer acabar com um serviço público de transporte e comunicações ao serviço de todos, para o transformar num negócio só para alguns e, para levar à prática esse objectivo, ataca trabalhadores, reformados e utentes. e enquanto assim proceder, sabe que conta sempre com a oposição e luta dos trabalhadores e reformados do sector.
Com esta manifestação e a greve da SOFLUSA terminou um ciclo de luta, mas não terminou aqui a acção dos trabalhadores e reformados,que prosseguirá enquanto o governo insistir numa política de destruição do País.
Na Manifestação, que decorreu desde o Largo Camões até ao Ministério das Finanças, foi feita uma intervenção em nome dos reformados do sector em luta, pelo coordenador da Inter-Reformados de Lisboa.
Somos reformados mas não somos nem estamos conformados com este brutal ataque a quem trabalha e aos reformados que estão a ser espoliados dos meios necessários a que têm direito para terem uma vida digna depois de uma vida dura de trabalho.
Empobrecer é a palavra de ordem do governo a que nós temos que responder com a luta, no sentido de exigir um rumo diferente, que ponha o País a produzir e a desenvolver-se e que respeite e valorize os ideais de Abril.
Este governo tem na sua composição os herdeiros naturais daqueles que a revolução dos Cravos afastou do poder. É por isso que estamos a assistir a um ajuste de contas com a história, em que procuram recuperar tudo aquilo que foram obrigados a ceder, pela pressão da luta de muitas gerações e que ficou plasmado nas leis e na contratação após 25 de ABRIL.
Aumentar a exploração, reduzir os salários e as pensões a meros instrumentos de subsistência, é o objectivo deste governo. É uma governação contra a vontade de um povo que se tem vindo a manifestar e a lutar por um Portugal soberano, desenvolvido, que valorize o trabalho como factor de progresso social.
Nesta ofensiva, aos reformados do sector dos transportes, sejam eles ferroviários, rodoviários ou das comunicações, são penalizados com o ataque que é feito a todos os trabalhadores e com o ataque aos seus direitos específicos enquanto ex-trabalhadores do sector.
É nesse contexto que travamos uma luta pela reposição do direito ao transporte. Vemos que nas empresas de transportes só os trabalhadores e ex-trabalhadores estão impedidos de ter o direito a viajarem nos transportes que produzem.
Deputados da maioria e administradores das empresas criaram a expectativa e prometeram que este assunto seria resolvido em sede do próximo OE, mas como se viu, foram promessas vãs, que suscitam ainda uma maior revolta de todos.
Agora com este Orçamento de Estado vêm com mais um ataque, o da retirada de complementos de reforma, nas empresas em que os há, de forma a tornar mais barata a operação de venda das empresas aos privados.
Utilizaram este direito dos trabalhadores para procederem á redução de postos de trabalho, com inegáveis ganhos para as empresas.
Com isso, muitos trabalhadores saíram com prejuízo da sua reforma, que seria compensada com esse complemento. Agora, com esta medida, o governo está a impor a muitos trabalhadores uma redução da sua reforma que pode atingir 50%.
É também nesta linha de ataque a tudo que seja direito dos reformados e trabalhadores que se insere o ataque ao Instituto da Obras Sociais dos CTT, acabando assim com uma série de apoios a trabalhadores, reformados e seus familiares.
Basta! Não podemos aceitar que depois de uma vida de trabalho e sacrifício, nos procurem espoliar daquilo a que temos direito, transformando os mais idosos em produtos descartáveis que só incomodam.
Dizemos Basta, hoje e nas lutas que se seguem pela transformação de Portugal num país com justiça social e direitos sociais.
Vamos à luta camaradas!
Viva a luta dos reformados do sector dos transportes e comunicações!
Unidos e organizados, venceremos!
Lisboa, 9 de Novembro de 2013