Os reformados das duas transportadoras públicas de Lisboa voltaram hoje a receber os complementos de reforma que lhes tinham sido retirados há pouco mais de dois anos pelo Governo de então, mas Arménio Carlos salientou, também, que há ainda muito a fazer pela reposição dos direitos perdidos pelos trabalhadores nos últimos quatro anos.
"É uma grande lição que nos fica. (...) Vale a pena continuar a lutar. Não é só pela defesa dos direitos, mas pela reposição dos direitos e pela conquista de novos direitos para reequilibrar as relações de trabalho em Portugal, que tão depauperadas foram com as alterações da legislação laboral que se verificaram nos últimos quatro anos", destacou o dirigente sindical.
Arménio Carlos salientou que a Intersindical "valoriza muito o sentido de inversão das políticas" do atual Governo, mas considerou que é importante não se pensar que os problemas estão resolvidos, "nomeadamente os [perigos] que saem da 'troika' e, por outro lado, perigos que emergem da situação interna do país", onde "os partidos de direita e os grandes grupos económicos e financeiros [estão] preocupados com a hipótese de perderem privilégios que ganharam nos últimos quatro anos".
"Aquilo que dizemos é muito simples. É que o Governo, neste momento, não pode andar para trás, sob pena de degradar as expetativas e pôr em causa aquilo que foram os seus próprios compromissos", realçou.
Por isso, instou o Governo a dar resposta a um conjunto de propostas que a CGTP-IN apresentou acerca do combate à precariedade, à introdução de desempregados no mercado de trabalho, ao desbloqueio da contratação coletiva de trabalho e ao aumento geral dos salários.
Embora sem receberem os retroativos destes cortes, os reformados do Metropolitano de Lisboa e da Carris receberam hoje os complementos de reforma que lhes tinham sido retirados, como previsto no Orçamento do Estado para 2016.
Desde a suspensão dos complementos de reforma, os reformados e pensionistas realizaram várias manifestações de protesto e chegaram mesmo a invadir as instalações da sede do Metro para, simbolicamente, reocuparem os seus postos de trabalho.
Fonte: LUSA/NoticiasAoMinuto