Comunicado de Imprensa n.º 033/12
DESEMPREGO AUMENTOU NOVAMENTE EM FEVEREIRO
ESTAS POLÍTICAS NÃO SERVEM
Segundo o Eurostat, a taxa de desemprego em Portugal chegou aos 15% em Fevereiro, quando era 12,3% há apenas um ano e 14,8% em Janeiro.
Tendo em conta a população activa (4º trimestre de 2011), esta taxa corresponde a um desemprego “oficial” de 826 mil pessoas, mas se se juntarem os inactivos disponíveis e o subemprego visível o número de trabalhadores desempregados é de 1.216 milhares.
Trata-se da terceira taxa de desemprego mais alta da União Europeia, apenas inferior à verificada na Espanha e na Grécia, quando em Fevereiro de 2011 o nosso país ocupava a oitava posição. De facto, o desemprego aumentou em quase toda a UE, mas o nosso país foi um dos que assistiu a um aumento maior.
Sintomática é a evolução da Grécia, também sujeita a um gravíssimo programa de “austeridade”, que passou de 14,8% em Fevereiro do ano passado para 21% em Dezembro.
A taxa de desemprego dos jovens menores de 25 anos é de 35,4%, quando era de 26,9% há um ano, e é também a terceira mais alta da UE, tendo subido cinco posições desde o ano passado. O mesmo acontece com a taxa de desemprego das mulheres, que foi de 14,8% em Fevereiro.
São pouco mais de 350 mil os beneficiários de protecção no desemprego, o que significa que mais de 70% dos trabalhadores desempregados não tem acesso ao subsídio de desemprego, estando os trabalhadores mais jovens e os que têm contratos precários especialmente desprotegidos.
O nível já atingido pelo desemprego, em conjunto com as medidas que o Governo vem pondo em prática e pretende aprofundar, põem em causa a previsão de 14,5% para o corrente ano que consta no projecto de orçamento rectificativo para 2012. Recorde-se que as previsões do Banco de Portugal apontam para uma perda de 174 mil postos de trabalho em 2012 e de 32 mil em 2013.
É preciso pôr um travão às políticas que conduziram a esta situação. Portugal precisa de políticas económicas que fomentem o crescimento económico e a criação de emprego de qualidade; que defendam e promovam o sector produtivo; que dinamizem a contratação colectiva; que aumentem o rendimento disponível dos trabalhadores e das famílias; que a garantam a protecção social no desemprego. Em suma, que assegurem dignidade à vida dos trabalhadores e dos cidadãos deste país.
DIF/CGTP-IN
Lisboa, 03.04.2012