Comunicado à imprensa n.º 27/05
A demissão do Ministro de Estado e das Finanças mostra que há profundas divergências no seio do Governo sobre as políticas que estão a ser adoptadas, o que, desde logo, suscita fortes dúvidas sobre a inevitabilidade dos sacrifícios que estão a ser impostos aos portugueses.
Comunicado à imprensa n.º 27/05
Demissão do Ministro das Finanças
A demissão do Ministro de Estado e das Finanças mostra que há profundas divergências no seio do Governo sobre as políticas que estão a ser adoptadas, o que, desde logo, suscita fortes dúvidas sobre a inevitabilidade dos sacrifícios que estão a ser impostos aos portugueses.
A CGTP-IN não conhece as razões concretas da saída do Ministro das Finanças, nem o pensamento do Ministro indigitado face à resolução dos problemas económicos e financeiros que o país atravessa. O que dizemos é que, independentemente da pessoa do Ministro, o que importa é a natureza das políticas que estão em causa.
Em nossa opinião, o objectivo tem de ser o desenvolvimento económico e social do país e não a obsessão do equilíbrio das contas públicas. E isso passa por atribuir prioridade ao sector produtivo dada a fragilidade do tecido económico o que se traduz numa situação insustentável em termos de défice da balança comercial. Isso implica políticas de modernização económica, a paragem das privatizações, o aumento da qualificação dos trabalhadores, a melhoria da qualidade do emprego, investimento público e privado, serviços públicos de qualidade.
Implica, também, o aumento do poder de compra dos salários e pensões para fomentar a procura interna e preservar direitos sociais fundamentais no âmbito da educação, saúde e segurança social.
Entendemos, ainda, que se impõe medidas urgentes com vista a moralizar a vida da nossa sociedade, pondo-se termo à crescente concentração da riqueza e a escandalosas situações de desigualdades de que são exemplos as mordomias atribuídas a dirigentes e altos quadros de empresas públicas e provadas.
A CGTP-IN considera que o país não terá contas públicas equilibradas com a economia de rastos. Não minimizamos nem sobrevalorizamos um Ministro das Finanças, qualquer que seja, porque o que está em causa é a política global do Governo para alcançar o desenvolvimento económico e social do país.
Lisboa, 2005-07-21
DIF/CGTP-IN