A importância estratégica da TAP, o papel que desempenha na garantia da coesão territorial e na ligação às comunidades portuguesas e o contributo que dá para a dinamização da economia nacional, exigem que sejam adoptadas medidas que salvaguardem o seu presente e o seu futuro.
As medidas de que a TAP carece não podem estar dependentes do aval externo e a CGTP-IN rejeita a visão que está a ser inculcada de que são os direitos dos trabalhadores e as suas retribuições, o problema da companhia aérea nacional.
No último ano a TAP transportou 17 milhões de passageiros, muitos dos quais oriundos das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, outros das regiões autónomas, outros ainda que visitaram o nosso país em turismo e garantiu em compras a outras empresas nacionais que são suas fornecedoras mais de 1,3 mil milhões de euros.
É uma empresa que desempenha um papel central num país periférico como o nosso, que garante o hub em Portugal e promove de forma activa a imagem do nosso país nos exterior.
Uma empresa que conquistou uma imagem de segurança e qualidade pela prática de anos e anos de voos. Uma imagem só possível pela excelência dos seus trabalhadores, pela sua dedicação e profissionalismo.
A garantia do presente da empresa exige medidas excepcionais na dimensão do carácter excepcional que todo o sector, em todo o mundo, está a atravessar. Exige, desde logo, que o Estado recupere a 100% o capital da empresa e que as acções que têm de ser implementadas acompanhem, de forma gradual, o impacto negativo que a pandemia tem na actividade da empresa.
A CGTP-IN rejeita medidas que, realizadas no actual contexto, hipotecam o presente e o futuro da TAP. As intenções de reduzir o número de trabalhadores, que se está já a efectivar através do despedimento de trabalhadores com vínculos precários, representa uma machadada no núcleo central da empresa. Não é descartando-se daqueles que, com o seu trabalho, fazem da TAP a companhia de excelência que é, que se vai garantir a manutenção da TAP ou do seu papel económico e social.
Tendo em conta a gravidade da situação, a urgência de respostas, a afirmação soberana de decidir sobre o futuro da empresa e a necessidade de garantir os direitos dos trabalhadores, seja o direito ao emprego cumprindo escrupulosamente o que está definido na contratação colectiva, seja ao nível das retribuições dos seus profissionais, a CGTP-IN solicitou, com carácter de urgência, uma reunião ao Primeiro – ministro.
Na TAP, como no país, o momento é de unidade de todos os trabalhadores e de defesa da empresa e dos direitos.
Lisboa, 22.12.2020