Os trabalhadores da Sacopor vão fazer greve a 27 e 30 deste mês, durante três horas em cada dia, para exigir aumentos salariais e direito a diuturnidades, entre outras matérias do caderno reivindicativo a que a empresa não responde. Já no passado dia 16 fizeram uma paralisação pelos mesmos motivos, enfrentando uma reacção de lock-out.
Numa moção, aprovada por unanimidade, os trabalhadores desta fábrica de sacos para cimento, pertencente ao Grupo Cimpor e instalada no Parque Industrial do Carregado (Alenquer), manifestaram veemente repúdio pelo facto de a administração ter impedido o acesso às instalações na greve de 16 de Abril. Para os trabalhadores, organizados no SITE CSRA, tratou-se de uma acção prepotente de lock-out e desrespeito por aqueles que ao longo do tempo deram o seu melhor contributo à empresa.
Na segunda-feira da greve, os trabalhadores foram confrontados com o portão fechado e interpelados por quatro seguranças, um cenário que não faz parte do normal funcionamento da Sacopor, sobre a intenção de fazerem ou não greve.
A GNR foi chamada a intervir, para registar as ocorrências, no início de cada turno, e a Comissão Sindical contactou a ACT, que chegou à empresa cerca das 15h00.
A ACT tentou que fosse dado acesso aos trabalhadores ali presentes, todos eles integrando o piquete de greve. Mas, ao longo do dia, o piquete nunca teve hipótese de exercer as suas funções.
Apesar destas perturbações, o sindicato assinalou a participação em massa na greve, por parte dos trabalhadores da produção, estimando a adesão em cerca de 70 por cento da estrutura.