Os trabalhadores da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) e das Misericórdias irão estar em greve amanhã, 25 de Outubro, e concentram-se para uma manifestação, a partir das 14.30h do mesmo dia, no Campo Pequeno, de onde seguirão para a sede da UMP, na Rua de Entre-Campos.
Com esta acção de luta, promovida pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, os trabalhadores da UMP e das Misericórdias exigem das entidades patronais do sector, aumentos de salários e condições profissionais dignas.
Desde 2016 que os trabalhadores da União das Misericórdias Portuguesas e das Misericórdias não têm qualquer valorização remuneratória, tão pouco qualquer aumento salarial nas Tabelas Remuneratórias Mínimas.
Contudo, o Governo pôs à disposição do Sector Social e Solidário, onde se incluem as Misericórdias, 1,5 mil milhões de Euros em cada ano, o que representou uma actualização anual dos valores das respetivas comparticipações, em 2016, de 1,3%, em 2017, de 2,1% e, em 2018, de 2,2%, sem que, nestes anos, houvesse qualquer aumento salarial para os trabalhadores.
Não obstante o aumento da Remuneração Mínima Mensal Garantida ao longo destes anos, que ultrapassou em cerca de 1/3 dos Níveis/Escalões das Tabelas Gerais, abrangendo já mais de metade dos trabalhadores e independentemente da carga horária semanal, a inflação dos anos de 2016, 2017 e 2018, em que os trabalhadores não tiveram qualquer aumento salarial, veio acentuar a perda do poder de compra em mais 0,6%, mais 1,4% e mais 1%, referentes à inflação daqueles anos, respetivamente.
A transferência pelo Governo, para o Sector Social de bens, de avultadas verbas e de serviços, têm de ter em conta os trabalhadores, os seus salários e carreiras, porquanto são estes os principais agentes da execução das funções e serviços sociais que as Instituições do Sector Social e Solidário praticam, incluindo as Misericórdias e a UMP, exigindo-lhes empenho, solidariedade, disponibilidade constante, num mundo de trabalho que, quer se queira ou não, tem particularidades de grandes exigências.
A UMP e as Misericórdias não podem continuar com uma política de baixos salários. E o Governo tem de obrigar o Sector Social a promover uma política de melhores salários e trabalho com direitos para os trabalhadores do sector.
FONTE: Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais