A situação do o emprego degrada-se desde que este governo tomou posse. Os poucos empregos criados, mais recentemente, não são suficientes para esconder que há, hoje, menos 240,6 mil postos de trabalho que em 2011, quebra que atingiu sobretudo os mais jovens.
O INE, através do Inquérito ao Emprego do 4º trimestre de 2014, estima que quer a taxa de desemprego, quer o número de desempregados tenham diminuído em termos homólogos tendo-se registado também uma descida anual de 2014 face a 2013. Pelo contrário, o emprego terá aumentado nesse período.
Em termos trimestrais a situação é a inversa, com uma diminuição do emprego e o aumento da taxa de desemprego e do desemprego do 3º para o 4º trimestre. Esta evolução é preocupante porque indicia que a descida do desemprego e a criação de emprego não são sustentáveis. Não havendo investimento e aumento do poder de compra as empresas não produzem e o país não cresce.
Desde que este governo tomou posse que a situação do o emprego se vem degradando. Os poucos empregos criados mais recentemente não são suficientes para esconder que emprego caiu 240,6 milhares relativamente a 2011, quebra que atingiu quer a agricultura e pescas (- 95 milhares) quer a indústria, construção, energia e água (-199,4 milhares) e atingiu sobretudo os mais jovens (mais de 213 mil empregos destruídos neste período entre os jovens dos 15 aos 34 anos).
Em 2014 o desemprego atingiu 726 mil desempregados em termos oficiais, mais 37,8 milhares que em 2011, sendo a taxa de desemprego (oficial) de 13,9% face a 12,7% em 2011.
A este número há que juntar os 273,3 mil desencorajados, os 245,2 mil subempregados a tempo parcial, os 27 mil inactivos que procuram emprego mas não estão disponíveis para trabalhar e, ainda, os 30,7 mil desempregados abrangidos por contratos emprego-inserção e os 39,8 mil estagiários promovidos pelo IEFP que o INE conta como empregados, mas que na realidade estão a ser usados pelo Governo e pelas empresas para impedir a criação de emprego estável e com salários dignos.
Assim, o número real de desempregados e subocupados no nosso país é de 1.342,2 milhares, o que corresponde a uma taxa real de desemprego e subocupação de 24,3%, também mais elevada que em 2011 quando se situava na ordem dos 20%.
O desemprego de longa duração foi de 475,8 milhares em 2014, mais 109,8 milhares que em 2011 e corresponde agora a 65,5% do desemprego face a 53,2% em 2011, sobretudo pelo aumento do desemprego de muito longa duração.
Estes números só não são mais elevados devido ao aumento da emigração que atingiu mais de 400 mil trabalhadores entre 2011 e 2014, uma estimativa que peca por defeito e porque muitos milhares de desempregados passaram à inactividade.
Os jovens foram também muito afectados pelo desemprego, tendo as taxas mais elevadas (34,8% até aos 25 anos e 19% entre os 25 e os 34 anos, em termos oficias), sendo igualmente preocupante a situação dos mais velhos e menos qualificados. Os desempregados com 45 e mais anos aumentaram 16% face a 2011 e o emprego diminuiu nos grupos profissionais menos qualificados.
Ao mesmo tempo a protecção no desemprego é de apenas um terço do número de desempregados calculado em termos reais e o valor das prestações tem vindo a baixar, sendo agora de 466 euros face a 499 em 2011.
A precariedade manteve-se num nível muito elevado, embora estes dados só estimem 774,5 mil contratos não permanentes, correspondendo a 21,4% dos trabalhadores por conta de outrem e afectando sobretudo os mais jovens.
O desemprego, a precariedade e os baixos salários conduzem em muitos casos à pobreza. Mais de quatro em cada dez desempregados é pobre e mesmo quem trabalha é afectado por este flagelo pois não tem rendimentos suficientes para se prover a si ou à sua família.
Este quadro, apregoado pelo Governo como sendo positivo, é marcado pela degradação da qualidade do emprego, traduzido numa precariedade insustentável que compromete o futuro de muitas famílias e é incompatível com o principio constitucional da segurança no emprego, pelos baixos salários justificados pelo modelo de empobrecimento que está a ser imposto ao país que atinge particularmente as populações mais frágeis, como sejam os idosos e as crianças, mas também trabalhadores que, devidos aos baixos salários empobrecem todos os dias enquanto trabalham.
A CGTP-IN tem sucessivamente denunciado que a euforia do Governo não se compagina com a realidade económica e social existente, antes constitui um modo de fazer propaganda de uma politica condenável e condenada ao fracasso, nas suas diferentes áreas, que faz da austeridade e do empobrecimento a sua linha de orientação e que, por isso mesmo, não consegue esconder os seus efeitos verdadeiramente criminosos.