A CGTP-IN participou, no Japão , entre 2 e 9 de Agosto, em várias iniciativas que assinalaram os 69 anos do bombardeamento Hiroshima e Nagasaki, no quadro da Conferência Mundial Contra as Bombas Atómica e de Hidrogénio que decorreu sob o lema “Por um Mundo Livre de Armas Nucleares, de Paz e Justo”, com iniciativas em Hiroshima e em Nagasaki. Participaram na Conferência representantes de governos, de organizações internacionais e regionais, de movimentos pela paz, individualidades e duas centrais sindicais, a CGTP-IN e a CITU, indiana. A CGTP-IN esteve representada por Graciete Cruz, da Comissão Executiva da central.
A Conferência é organizada, todos os anos, pelo Conselho Japonês contra as Bombas Atómica e de Hidrogénio (GENSUIKYO) que defende três objectivos essenciais:
1) a prevenção da guerra nuclear;
2) a proibição e a eliminação das armas nucleares;
3) o apoio e a solidariedade com os Hibakusha (os sobreviventes da bomba atómica), onde se inscreve a Conferência Mundial anual, sempre em Agosto.
A primeira conferência teve lugar em Agosto de 1955 e o GENSUIKYO foi constituído em Setembro do mesmo ano. Tiveram como pano de fundo a elevação dos protestos nacionais contra os danos do teste da bomba de hidrogénio, que os EUA realizaram, em 1 Março de 1954, no Atol de Bikini, no Pacífico central. Mais de 32 milhões de assinaturas foram recolhidas de seguida, exigindo a proibição de armas nucleares, dando expressão à luta do povo japonês pela paz e contra as armas nucleares.
A representante da CGTP-IN, Graciete Cruz, interveio no Encontro Internacional e na sessão de abertura da Conferência. Foi ainda oradora em debates, workshops e num Fórum contra as armas nucleares com a participação de centenas de mulheres e num jantar, que se seguiu. Também presidiu a uma das sessões de abertura da Conferência.
Além das iniciativas no âmbito da Conferência, a CGTP-IN foi convidada a participar, como oradora, numa assembleia de professores, promovida pelo ZENKYO, o Sindicato do sector filiado na ZENROREN.
À margem do programa da Conferência, mas inserida no conjunto das iniciativas que assinalam os bombardeamentos e reclamam o fim das armas nucleares, realizou-se - entre 6 de Maio e 4 de Agosto - uma marcha nacional em defesa da Constituição japonesa e por um mundo livre de armas nucleares, com partida de vários pontos do Japão, várias colunas, pontos de convergência e encerramentos parcelares e finalização no Parque da Paz em Hiroshima. O actual governo, de direita, no quadro do reforço da aliança com os EUA, tem tentado rever o artigo 9º da Constituição (aprovada no pós-guerra, em 1947), que coloca entraves à militarização do Japão.