A CGTP-IN realiza, neste dia 11 de Outubro, às 15:30 horas, no Teatro da Trindade, em Lisboa, a apresentação do II Volume “Contributos para a História do Movimento Operário e Sindical”; numa cerimónia inserida nas comemorações do 46º aniversário desta central, ocorrido no passado dia 1 de Outubro.
Obra alicerçada em factos documentados e vividos, o livro “Contributos para a História do Movimento Operário e Sindical: 1977-1989” resulta do contributo de sindicalistas que participaram activamente na intensa vida sindical e no quase sempre acirrado combate político durante o período abordado, pelo que flui nele a carga emotiva de quem tomou parte nos acontecimentos de forma engajada, num tom por vezes carregado, mais próximo do usado à época do que do hodierno e anódino politicamente correcto. Os acontecimentos e os seus intervenientes, pessoas e instituições, são expostos em imagens com as cores fortes, vívidas, do momento em que ocorreram, sem filtros nem embotadas pelo tempo e pelas conveniências.
A par do relato da luta por melhores condições de vida e de trabalho, estes Contributos são também a história do combate por princípios e valores inscritos na Constituição da República, alguns só até à revisão de 1989, como sejam a defesa da reforma agrária, do sector empresarial do estado ou da irreversibilidade das nacionalizações. Este foi um combate desigual porque a contra-revolução já se instalara no poder e usava o aparelho de Estado para destruir as conquistas de Abril. Houve assassínios, bombas, incêndios e assaltos a instalações de partidos de esquerda, designadamente do PCP e do MDP/CDE, de sindicatos e uniões), a GNR e a polícia de choque foram usadas para tentar impor a lei da força face às investidas contra-revolucionárias.
No plano mais estrito do sindicalismo, o facto de a obra ser da autoria de intervenientes em muitos dos acontecimentos relatados dá-nos uma perspectiva de bastidores importante para os jovens quadros sindicais, tanto dos aspectos orgânicos das tomadas de decisão que caracterizam a CGTP-IN enquanto central sindical de classe e unitária, como dos conflitos e das tensões geradas nesses momentos. Este foi um dos períodos mais intensos que o sindicalismo português já conheceu, bem espelhado na obra.