O País está a ser confrontado com o flagelo dos incêndios florestais, num ano negro ao nível das consequências, sobretudo, com a perda de vidas humanas.
A CGTP-IN manifesta a sua solidariedade com os trabalhadores e todas as populações vítimas do flagelo dos incêndios que fustigam o território nacional, designadamente a Região Autónoma da Madeira e em particular a cidade do Funchal, lamentando profundamente, em primeiro lugar, a perda de vidas, mas também os avultados prejuízos materiais, os quais certamente irão acarretar consequências muito graves na Região.
Todos os verões o cenário parece repetir-se – o País arde perante a incapacidade dos responsáveis políticos, quer para a prévia elaboração e aplicação oportuna de planos de prevenção, quer para o accionamento atempado dos meios eficazes de combate aos incêndios, que permitam evitar ou pelo menos minimizar a destruição e os graves prejuízos humanos e materiais decorrentes do alastrar descontrolado dos incêndios.
A CGTP-IN considera que é urgente discutir e repensar a questão do ordenamento do território, sobretudo em tudo o que respeita às florestas, estudando e implementando atempadamente as medidas mais adequadas para evitar a ocorrência cíclica destas catástrofes que ceifam vidas humanas e provocam danos materiais, que só contribuem para o agravamento da situação económica e social do país.
Na verdade, esta é uma situação que resulta da ausência de uma política de ordenamento, defesa e preservação da nossa floresta e de prevenção de incêndios. Isto num quadro em que persiste o mau estado da floresta portuguesa, conjugado com a falta de investimento na prevenção e limpeza e, nalguns casos, a indefinição funcional relativamente aos organismos do Estado responsáveis pela fiscalização e aplicação da lei.
Acresce ainda que o anterior Governo do PSD/CDS-PP persistiu em reduzir trabalhadores, ao invés de reforçar o quadro de efectivos do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas que, por estranho que pareça, na sua estrutura orgânica, deixou de contar com um organismo específico responsável pelo acompanhamento da área dos "fogos florestais", uma vez que estes passaram a ser integrados nas "doenças florestais".
Assim, enquanto não se alterar a política de fundo, persistirão as situações dramáticas como as que têm vindo sistematicamente a vitimar as populações e bombeiros e a empobrecer o País.
Face à situação, a CGTP-IN expressa igualmente a sua solidariedade para com os homens e mulheres que, por vezes com parcos meios ao seu dispor e pondo em risco a sua própria vida, continuam a dar o seu melhor no combate aos incêndios, ao serviço nas corporações de Bombeiros, na defesa das populações e da floresta.