Há vários anos que a produção noticiosa da Lusa se tem socorrido de dezenas de jornalistas em situação laboral precária, aos quais é pedido trabalho diário, incluindo fins de semana.
A Agência Lusa apresenta-se como a maior agência de notícias de língua portuguesa no mundo e é a produtora de uma base de uma boa parte das notícias que alimentam sites, jornais, revistas, rádios e televisões em Portugal. Mas “há vários anos que a produção noticiosa da Lusa se tem socorrido de dezenas de jornalistas em situação laboral precária, aos quais é pedido trabalho diário, incluindo fins de semana”, lê-se numa carta aberta dirigida ao Presidente da República, ao Primeiro-Ministro e ao Governo, e ao Presidente e deputados da Assembleia da República.
São 36 trabalhadores e trabalhadoras da Agência Lusa que assinam esta carta aberta (que podes ler na íntegra em baixo), denunciando a situação de precariedade que se vive na redacção deste organismo de capital maioritariamente do Estado. Dizem que, apesar de terem contratos de prestação de serviços, fazem o mesmo trabalho que os jornalistas que estão no quadro, usando o mesmo material e “obedecendo aos mesmos editores”, e que representam uma grande fatia do trabalho diário da Lusa que é contratado pelo Estado, sendo-lhes exigida disponibilidade constante.
Tendo a Agência Lusa obrigações de serviço público – como ir aos sítios de Portugal onde mais ninguém vai e reportar o que lá se passa –, os 36 assinantes denunciam que os jornalistas precários são “em muitos casos, os únicos trabalhadores da agência nas regiões que têm de cobrir”.
Escrevem que a “situação de precariedade laboral se arrasta há anos, em algumas situações há mais de uma década” e que “em alguns casos, os valores pagos à peça ou em avença se mantém inalterados há muitos anos” também.
Depois de não terem conseguido resolver a sua situação laboral no âmbito do Programa de Regularização de Vínculos Precários na Administração Pública, ao qual dizem ter-se candidatado, pedem agora intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa, do executivo e da Assembleia da República, para que a situação na empresa seja avaliada “até final do presente ano”.
Fonte: Sapo.pt » ver carta aberta