Intervenção Filipa Costa
Membro da Interjovem/CGTP-IN
Interjovem e a luta dos jovens trabalhadores
Camaradas, em nome da Interjovem saúdo o XIII Congresso da CGTP-IN.
Durante este mandato sentimos na pele o aprofundamento da política de direita, uma consequência notória desta política foi a emigração forçada de cerca de 250 mil jovens em busca de melhores condições de trabalho e de vida.
Foram destruídos no nosso país 191 mil postos de trabalho, a taxa real de desemprego e subocupação é de 29% até aos 35 anos e de 49% nos jovens entre os 15 e os 24 anos. Sendo que apenas 15% tem acesso ao subsidio de desemprego.
A precariedade atinge mais de 67% nos jovens até aos 25 anos e 33% nos trabalhadores até aos 35 anos.
Os salários são entre 30 a 40% mais baixos que o de um trabalhador com vínculo permanente.
O momento político-social durante este mandato impôs enormes desafios à nossa organização e mesmo perante as dificuldades, " há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não", resistimos e reforçamos a luta!
16 mil jovens sindicalizaram-se nos seus sindicatos de classe, jovens trabalhadores que em nome da Interjovem/CGTP-IN queremos saudar. Jovens que assumem o compromisso de estar do lado certo a barricada, do lado dos que não se vergam, dos que não aceitam inevitabilidades, dos que não viram a cara à luta.
Jovens a quem queremos lançar um desafio: Não sejam apenas sócios do sindicato, aceitem ser delegados e dirigentes sindicais, aceitem ser militantes e activistas, reforcem o sindicato, mas reforcem também a sua acção. A todos estes 16 mil jovens dizemos: Podes contar com a Interjovem, com a nossa camaradagem, estamos cá para aprender convosco, estamos cá para caminhar lado-a-lado, braço a braço, para reivindicar, para lutar e para conquistar. Somos a juventude de classe, contamos contigo para esta luta!
Dinamizámos várias iniciativas e campanhas nacionais, articuladas com os sindicatos, a partir dos locais de trabalho, em defesa e na promoção dos direitos dos jovens trabalhadores, tendo como eixo central as conclusões da 7ª Conferência Nacional da Interjovem/CGTP-IN,sob o lema "Mais organização - Mais luta - Mais sindicato!".
Estivemos, como organização da juventude trabalhadora, nas acções e iniciativas nacionais marcadas pela CGTP-IN, afirmando a combatividade e a determinação da juventude em lutar por um futuro melhor.
Demos passos importantes, editaram-se muitos boletins sindicais dirigidos aos jovens. Afirmámos o papel da juventude na construção de 3 greves gerais. Momentos altos da luta do nosso povo e da juventude. Um jovem que participe numa greve geral reforça a luta, os piquetes e a greve, mas reforça-se a si enquanto dirigente e activista sindical.
Realizámos um "PIC-NIC contra a Precariedade e o desemprego", construído com a participação de organizações juvenis identificadas com a defesa do trabalho digno e com direitos, que contou com a participação de muitos jovens trabalhadores e potenciou a divulgação dos princípios e objectivos do Movimento Sindical de classe junto dos jovens.
Lançámos uma campanha sobre o 40º aniversário do 25 de Abril e as comemorações do 1º Maio, com o lema "Não Largo Abril, Maio é nosso", levando para os locais de trabalho a luta, a resistência dos trabalhadores e o seu papel decisivo nas transformações conquistadas.
Iniciámos a campanha "Alerta! Aqui há trabalho precário", a partir dos sindicatos e dos locais de trabalho, com o objectivo de denunciar e combater os vínculos precários e que trouxe resultados, como exemplo a vitória dos trabalhadores a recibos verdes na junta de freguesia de Marvila que estão a ser integrados no quadro permanente da junta.
Assinalámos, todos os anos, o dia Nacional da Juventude como um dia de luta, com a realização de uma manifestação nacional em torno dos problemas que afectam os jovens trabalhadores, afirmando o papel da juventude na luta por um futuro melhor e que no ano passado foi precedido de uma grande semana de luta.
Todas contaram com o empenho dos sindicatos, na participação e na mobilização.
Estamos certos que milhares de jovens trabalhadores, por via da luta organizada dos sindicatos da CGTP-IN conquistaram a melhoria das suas condições de vida.
Foram lutas e vitórias que mostram aquela que é a necessidade que temos no trabalho junto da juventude, o de intervir, organizar, lutar e conquistar.
Demos passos importantes para o rejuvenescimento do MSU, mas muito ainda temos para fazer e as potencialidades são muitas. O nosso movimento sindical é de futuro, temos muitos jovens para sindicalizar e esclarecer, muitos hoje capazes de assumir o seu papel na discussão e na intervenção e na direcção deste movimento sindical. Precisamos de garantir que apartir de cada local de trabalho se envolve os jovens na luta e na vida dos sindicatos, elegendo-os como delegados sindicais e dirigentes sindicais.
É preciso garantir a criação de comissões de jovens nos sindicatos onde ainda não as há e que as dinamizemos onde elas existem. Envolver os milhares de jovens trabalhadores que se sindicalizaram, sem medos das dinâmicas próprias da juventude, na participação e vida aos sindicatos. Não encontremos desculpas, não ser delegado ou dirigente não serve de desculpa, serve antes de motivação para a militância sindical e para o activismo sindical.
As comissões de jovens dos sindicatos, a responsabilização de jovens, e a Interjovem são uma fonte de rejuvenescimento do nosso movimento sindical, exemplo disso são os muitos jovens que hoje fazem parte de direcções de uniões, sindicatos, federações. Este rejuvenescimento só é possível porque existe uma responsabilização, e essa responsabilização só existe pelo entendimento que temos deste Movimento sindical de classe, unitário e de massas, e dizemos nós o que a vida prova: um movimemtno sindical jovem e de futuro.
É com esta confiança no crescimento dos jovens na luta que realizamos a nossa Manifestação Nacional da Juventude no dia 31 de Março, em defesa da estabilidade laboral e dos nossos direitos!
O Dia Nacional da Juventude tem a história da resistência dos jovens no nosso país à ditadura fascista em defesa dos seus direitos e da paz. É um dia de comemoração de toda a juventude, um dia para lembrar com alegria a luta e a resistência dos jovens portugueses, sem nunca esquecer que como no passado, continuamos a luta por um futuro melhor, pelo trabalho com direitos mas também pela educação, a cultura, o desporto, o associativismo e tantos outros direitos que contribuem para tornar a nossa vida digna e feliz!
A 31 de Março vamos todos realizar a manifestação nacional em Lisboa, com uma grande confiança e determinação que o momento que vivemos é de luta e exigência da resolução dos problemas. O momento é de dinâmica e de luta pelo fim da precariedade, do desemprego e dos baixos salários.
O Sucesso desta manifestação é responsabilidade de todos nós! No passado, como hoje, é nossa responsabilidade fazer desta manifestação a manifestação da Juventude trabalhadora. Hoje, como sempre, estamos cá, não aparecemos nem vamos embora conforme as marés, o nosso objectivo é mais largo do que apenas uma vontade espontânea. Por isso é mais difícil, é preciso o empenho diário, todos os dias e desde já para fazer da manifestação de 31 de Março a maior manifestação de jovens trabalhadores. É preciso esse empenho porque esse objectivo só depende de nós. Vamos ao trabalho que a vitória é nossa e hoje está mais perto que ontem!
Viva a Interjovem/CGTP-IN!
Viva a Luta dos trabalhadores!
Viva o XIII Congresso da CGTP-IN!
Almada, 26 de Fevereiro de 2016