A esmagadora maioria dos trabalhadores da produção das empresas sediadas em Guimarães e Paredes de Coura do Grupo Fortunato-Kyaia, do sector do calçado, estão em luta desde o dia 7 de Outubro contra o aumento ilegal do horário de trabalho diário e semanal e várias inconformidades nos direitos laborais e de parentalidade regulados pelo Contrato Colectivo de Trabalho e do Código do Trabalho.
Apesar da Administração do Grupo ter cortado ilegalmente cerca de 4% no salário mensal e injustificado cerca de 8 horas a cada trabalhador envolvido na defesa dos seus direitos nos meses de Outubro e Novembro, os trabalhadores a exemplo dos anos anteriores, trabalharam em 2019 de forma empenhada, mantiveram a elevada qualidade nos sapatos produzidos, contribuindo assim para a continuação dos excelentes resultados do Grupo.
Foi com estupefacção que os trabalhadores na sexta-feira, 20/12, terminaram o trabalho e entraram no gozo de um período de férias que se vai prolongar até ao final do ano, sem que o Senhor Fortunato, sem qualquer explicação, não tenha pago o tradicional 15º mês, a que se juntava um cabaz de Natal para os trabalhadores com mais de dez anos de actividade no Grupo ou um bacalhau para os trabalhadores com menos de dez anos de actividade no Grupo. Estas componentes da retribuição em dinheiro, 15º mês, e em espécie, cabaz de Natal ou bacalhau, para os trabalhadores das empresas do Grupo Fortunato que auferem na sua maioria salários ilíquidos entre 600,00 euros e 613,00 euros, assume relevância no rendimento disponível para a preparação das Festas de Natal e Ano Novo, pelo que o seu corte é de uma inqualificável violência para quem trabalha.
A Direcção do Sindicato do Calçado do Minho e Trás-Os-Montes, vem denunciar publicamente e junto dos Órgãos do Poder esta represália do Senhor Fortunato sobre os trabalhadores que lutam pelos seus legítimos direitos, atitude que consideramos ilegítima uma vez que o 15º mês, o cabaz de Natal e o bacalhau fazem parte dos usos do Grupo como contrapartida do seu trabalho.
A Direcção do Sindicato do Calçado do Minho e Trás-Os-Montes vai continuar a agir no sentido dos trabalhadores passarem a beneficiar dos seus legítimos direitos.
Fonte: Sindicato do Calçado do Minho e Trás-os-Montes