Os trabalhadores do sector dos mármores decidiram lançar uma campanha ao nível da segurança e saúde nos locais de trabalho, sob o lema “Ou fazemos em segurança, ou não fazemos!”, para exigir melhores condições de trabalho e efectivo combate aos riscos profissionais.
Amanhã, 19 de Novembro, assinala-se um ano sobre os dramáticos acontecimentos ocorridos nas pedreiras de Borba, que conduziram à morte de cinco pessoas, entre elas um trabalhador do sector dos mármores.
Entretanto, há apenas dez dias, em 9 de Novembro, um novo e dramático acidente de trabalho ocorrido numa pedreira de mármore, em Vila Viçosa, volta a trazer para a ordem do dia o problema da falta de segurança nas pedreiras.
Passado quase um ano dos trágicos acontecimentos mortais ocorridos nesta zona do país, a falta de segurança para trabalhar continua a ser uma realidade, as responsabilidades continuam por apurar e as mudanças concretas estão por efectivar.
Apesar da acção e intervenção dos trabalhadores e do sindicato, das propostas e exigências colocadas, as condições de trabalho nas pedreiras continuam a caracterizar-se por uma elevada insegurança, por baixos salários e pela ausência de mudanças qualitativas nas condições de trabalho, em paralelo com a inexistente ou ineficaz inspecção e fiscalização por parte das entidades responsáveis, nomeadamente da ACT (Autoridade para as Condições de Trabalho).
Não basta constatar e lamentar; há que intervir e impedir que novos acidentes voltem a acontecer, por nada ter sido feito.
Com esse objectivo, os trabalhadores do sector dos Mármores, após a realização de diversos plenários nas empresas, decidiram no Encontro Regional realizado neste fim-de-semana, em Bencatel (Vila Viçosa), entre outras medidas, lançar uma campanha ao nível da segurança e saúde nos locais de trabalho, sob o lema “Ou fazemos em segurança, ou não fazemos!”, que integrará medidas e acções concretas, a vários níveis, para exigir melhores condições de trabalho e efectivo combate aos riscos profissionais.
Para que novos acidentes não se verifiquem e para que as pedreiras de mármore deixem de ser, como até aqui, autênticos poços de morte, aos quais os trabalhadores descem todos os dias, sem saberem se regressam.
FONTE: FEVICCOM