O Pingo Doce não consegue apurar o que aconteceu à trabalhadora humilhada na loja da Bela Vista por causa do ambiente de pressão e medo que pesa sobre os trabalhadores da empresa, acusa o CESP – Sindicato dos Trabalhadores do Comércio e Serviços, num comunicado enviado esta manhã à imprensa.
Recorde-se que o CESP divulgou esta semana o caso de uma trabalhadora sofreu a brutal humilhação de se urinar no posto de trabalho, impedida de sair do local, mesmo depois de pedir várias vezes para ser substituída, numa das caixas da loja do Pingo Doce da Bela Vista.
Comunicado à Imprensa do CESP:
Humilhação de Trabalhadora na loja Pingo Doce da Bela Vista em Lisboa
Tendo alguns órgãos de comunicação social solicitado mais informações e esclarecimentos ao CESP sobre a situação denunciada, informamos que o CESP quando tomou conhecimento da humilhação inaceitável sofrida pela trabalhadora, de imediato enviou ofício ao Pingo Doce, exigindo a tomada de medidas para que estas situações não aconteçam, naquela loja ou em qualquer outro local de trabalho da empresa.
Se o Pingo Doce não consegue apurar o que aconteceu isso só pode ser explicado pelo ambiente de pressão e medo que pesa sobre os trabalhadores desta empresa e que o CESP sempre denunciou e exigiu que a empresa tomasse medidas para alterar.
No Pingo Doce, o que impera são os baixíssimos salários de pouco mais de 600€, os horários longos e desregulados não cumprindo as regras do contrato colectivo de trabalho e com alterações sistemáticas, a falta de trabalhadores em número suficiente que obriga a brutais ritmos de trabalho, a pressão para o cumprimento de objectivos, o medo de represálias e retaliações (“transfiro-te de loja, levas um processo disciplinar, mudo-te de secção, mudo-te o horário para o fecho...”), em muitas situações os trabalhadores que protestam são chamados a uma sala sozinhos com 3 e 4 chefias e são pressionados. É isto que inibe os trabalhadores de exercerem os seus direitos.
O CESP denuncia e exige a tomada de medidas e age junto da empresa e das instâncias competentes sempre que há atropelos e incumprimento do contrato colectivo e da lei, ou quando os direitos e a dignidade dos trabalhadores não são respeitados, mesmo quando a pressão impede os trabalhadores de fazerem eles próprios a denúncia.
O que exigimos é respeito pelos direitos dos trabalhadores, respeito pela sua dignidade, valorização dos salários, das carreiras, qualificações e competências, horários dignos que permitam articular a vida profissional com a vida pessoal e familiar.
FONTE: Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal