SAM 4484bOs trabalhadores da hotelaria e restauração estiveram hoje em protesto, no Porto. Os manifestantes reclamam aumentos salariais e ponderam novas formas de luta.

Fonte: RTP

Sobre as razões desta luta o Sindicato Hotelaria Norte emitiu a seguinte

Declaração

Estamos revoltados e indignados com o comportamento inqualificável da associação patronal APHORT que, naquela que devia ser a última reunião de negociações, apresentou novas propostas que nunca antes tinha feito e que sabia que o sindicato nunca as podia aceitar, com o único objetivo de abortar todo o processo negocial e de não assinar o texto final do CCT que estava particamente concluído, o que demonstra a má-fé do patronato nas negociações desde o início.

O patronato queria que o sindicato assinasse uma declaração em que se comprometia a não realizar nenhuma ação sindical, incluindo a greve, nas empresas associadas da APHORT e que não assinasse nenhuma convenção coletiva com qualquer outra associação patronal com condições mais vantajosas sob pena de denúncia do CCT.

Para além disso, a associação patronal apresentou uma proposta de tabelas salariais por concelho, criando a zona 1 para os concelhos do Porto e Gaia e zona 2 para os demais concelhos e um novo grupo para os hotéis de 1 estrela e alojamento local mas, mais grave que isso, a associação patronal apresentou uma proposta em que excluiu os restaurantes, cafés, pastelarias e similares que abrangem mais de 50 mil trabalhadores só na região Norte, que nunca antes tinha apresentado.

O sindicato, num esforço para chegar a acordo, embora discordando em absoluto, aceitou tabelas por concelho e o grupo D mas não aceitou deixar de fora do CCT os restaurastes, cafés, pastelarias e similares que integram o CCT desde o primeiro contrato coletivo desde 1975, pois ficariam sem aumentos salariais mais de 50 mil trabalhadores.

Por conseguinte, o que impede neste momento um acordo final são pequenas divergências nas tabelas salarias já que por exemplo para os hotéis de 5 estrelas a proposta sindical é de 23 euros e a proposta patronal é de 21 euros, a exigência de aumento mínimo entre 1 e 1,5% para quem está acima da tabela salarial, mas fundamentalmente o que impede a assinatura por parte do sindicato é a exclusão dos estabelecimentos de restauração e bebidas.

Face à situação, o sindicato manifesta-se disponível para uma solução negociada com a APHORT, desde que tal não exclua a restauração e bebidas, mas desde já vai exigir nas empresas a aplicação da proposta patronal para os aumentos salariais e demais cláusulas pecuniárias.

Pois, os anos 2013 e 2014 foram os melhores anos turísticos de sempre para Portugal e o ano 2015 será ainda melhor. Os dados estatísticos de Março de 2015 demonstram que o aumento homólogo de dormidas nacional foi de 11,2% e no Norte foi de 17,8%. O aumento nacional dos proveitos foi de 14,8% e no Norte foi de 21,5%.

Estão já agendas reuniões de trabalhadores para discutir formas de luta no caso de as empresas não aplicarem as novas tabelas salariais