Uma delegação de sindicatos da CGTP-IN(*) visitou a República Árabe Síria a convite da Federação Geral dos Sindicatos (GFTU-Síria). Além de encontros e reuniões com a Federação Geral dos Sindicatos (GFTU-Syria) e a União Local de Sindicatos de Damasco, a delegação encontrou-se com directores de Centros de Saúde, membros da Igreja Católica na Síria e com membros do Sindicato do Sector Ferroviário.
A delegação foi levada a visitar fábricas e outros locais de trabalho, infra-estruturas e serviços públicos, constatando o seu estado actual e ouvindo os testemunhos da forma tenaz como os trabalhadores assumiram a primeira linha contra a agressão e a destruição provocada pelos grupos terroristas, e como de imediato lançaram mãos-à-obra na sua reconstrução.
A Síria tem sido alvo de uma contínua agressão directa dos EUA, Israel, França, Reino Unido e Turquia, e por via de grupos terroristas a soldo dos seus aliados na região, nomeadamente a Arábia Saudita e o Catar. Uma agressão que visou a destruição e a tentativa de hipotecar a recuperação de um país que, depois de conquistar a sua independência, se empenhou na luta anti-imperialista e na solidariedade internacional, nomeadamente com a Palestina, albergando ainda hoje mais de um milhão de refugiados deste povo mártir.
A delegação constatou portanto uma realidade que desmente a tese do conflito interno que os grandes meios de comunicação social têm difundido à exaustão, procurando legitimar uma acção terrorista que viola todos os direitos do povo sírio, o Direito Internacional e a Carta das Nações Unidas.
A agressão provocou até agora milhares de mortos, feridos e deficientes, bem como milhões de deslocados, refugiados e a dramática degradação das condições de vida dos trabalhadores e do povo sírio, situação que desmente qualquer preocupação com os direitos e o bem-estar deste povo que as potências agressoras têm invocado para a sua acção.
Apesar dos avanços no caminho da paz e da defesa da independência e soberania alcançados pelo Estado Sírio e o seu exército até ao momento, a agressão, a tentativa de manietar a sua soberania e violar a sua integridade territorial não cessou. Para a sua definitiva derrota é necessário apoiar a luta deste povo e continuar a denunciar a acção externa e os seus actores, e ao mesmo tempo reforçar a solidariedade com este povo e este país – acção na qual a CGTP-IN está empenhada.
A delegação reuniu ainda com a Confederação Internacional de Sindicatos Árabes (CISA), da qual obteve mais informação sobre a escalada de agressão no Médio Oriente, os seus actores, interesses e das suas reais motivações: a exploração dos trabalhadores, dos mercados e das imensas reservas de petróleo e gás da região. A instabilidade e acções de agressão em curso não podem ser desligadas dos objectivos de Israel (com o apoio dos EUA) em não só negar o direito de autodeterminação da Palestina, como em destruir o seu povo, a sua história e a sua identidade próprias, fazendo assim da sua acção uma poderosa arma do imperialismo na região.
A CGTP-IN reitera o seu empenho na luta pela Paz e na exigência por parte do governo português de levar a cabo uma política independente de relações internacionais que se desamarre da agenda agressiva, exploradora e predadora do imperialismo, particularmente dos EUA e da UE e cumpra os princípios estabelecidos pela Constituição da República.
E expressa uma vez mais a sua solidariedade aos trabalhadores, ao movimento sindical e ao povo da Síria na sua luta em defesa da paz, dos seus direitos, do progresso e da sua pátria independente, soberana e com a integridade territorial reconquistada.
(*) Integraram a Delegação: Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (FIEQUIMETAL); Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP); Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins (STAL); e Augusto Praça, membro da Comissão Executiva e responsável das Relações Internacionais da CGTP-IN.