A situação que se vive em Melilla, e que resultou nos últimos dias em dezenas de mortos, merece uma firme condenação e a reafirmação da solidariedade com os milhões de refugiados que, em todo o mundo, buscam asilo, apoio humanitário e direito ao trabalho e a uma vida digna.
A CGTP-IN vem alertando para a situação dos refugiados e migrantes no mediterrâneo, onde se insere a situação em Melilla, território espanhol no norte de África. Este é o resultado dramático de invasões, ingerências e guerras, sanções e bloqueios desencadeados ou apoiados pelas potências ocidentais – EUA e países da UE –, que destroem por completo os tecidos económicos e sociais dos países da região e limitam o seu desenvolvimento.
A repressão da polícia marroquina contra milhares de seres humanos, e que teve como consequência esta tragédia, resulta das consequências de uma política que criminaliza os refugiados e imigrantes, financiada e promovida pela UE. Por outro lado, tem sobressaído uma política discriminatória, com expressões de racismo e xenofobia, que privilegia refugiados e migrantes em função da sua origem social e nacional, ou como mão de obra barata e a uso dos interesses do capital para o aumento da exploração, como resulta dos acordos realizados entre a UE e diversos países, entre eles Marrocos.
A CGTP-IN condena estas políticas e afirma que é necessário garantir todo o apoio aos refugiados, combatendo o neocolonialismo, a guerra e a militarização das relações internacionais, bem como todas as demonstrações de racismo e xenofobia, as ideologias xenófobas e de extrema-direita que tentam fazer dos refugiados e dos imigrantes o "bode expiatório".
Rejeita as políticas securitárias da “Europa Fortaleza”, assim como exige o fim dos acordos da UE para a contenção de refugiados e migrantes, como neste caso, e de outros países, nomeadamente o Reino Unido, com o envio de refugiados e migrantes para outros países.
A CGTP-IN defende uma nova ordem económica, que privilegie uma ajuda genuína e desinteressada, com políticas de cooperação económica baseadas na igualdade e na reciprocidade de interesses, a criação de um ambiente geral de condições económicas e sociais nos países de origem e a garantia do direito a viver no seu local de eleição.
Esta é uma situação para a qual a CGTP-IN vem alertando, que põe em causa direitos fundamentais dos trabalhadores e dos povos e que só terá solução com o assegurar de uma paz duradoura em todo o mundo, que permita o desenvolvimento económico, social e humano com progresso e justiça social.
INT/CGTP-IN
29.06.2022