A CGTP-IN condena veementemente a intenção da Administração da Caixa Geral de Depósitos de proceder a um novo agravamento das comissões bancárias, que atingirá mais uma vez os reformados, mas desta feita também os jovens que ainda gozam de isenção destas comissões de manutenção de conta à ordem.
Depois de no ano passado ter começado a cobrar comissões de manutenção de conta aos reformados (com pensões de valor superior a 1,5 (IAS), bem como a clientes no activo, ao acabar com as isenções de comissão aplicáveis às contas ordenado, e a aplicar uma taxa de 1 euro sobre a actualização de cadernetas ao balcão, o banco público pretende agora aplicar uma dupla penalização aos utilizadores de cadernetas – maioritariamente idosos, com dificuldades de adaptação ao uso de outros meios electrónicos, para os quais este é o único meio de aceder às suas contas – passando a cobrar um euro pelo levantamento de dinheiro por este meio.
Além disso, pretende também começar a cobrar comissões de conta aos jovens entre os 26 e os 29 anos que até aqui dispunham de um produto isento.
A CGTP-IN considera inaceitável que o banco público continue a agravar desta forma os custos de manutenção de contas à ordem, chegando a cobrar comissões mais elevadas que a banca privada.
Mais uma vez a Administração da CGD opta por penalizar quem trabalha e trabalhou para minimizar os prejuízos de negócios ruinosos feitos no passado. A CGTP-IN lembra que muitos dos que são afectados por estas medidas não têm quaisquer alternativas, nomeadamente os reformados, até porque a generalidade das pensões é paga exclusivamente através da CGD, o que só reforça a necessidade de intervenção por parte do Governo, bem como as suas responsabilidades na matéria.
Por outro lado, este tipo de medidas visa também incentivar o uso de cartões de débito e de crédito, pagos necessariamente, e simultaneamente esvaziar as funções de muitos trabalhadores, que passam a ser dispensáveis e a engrossar o número de potenciais despedimentos na banca.
Neste quadro, a CGTP-IN reafirma a urgência de uma verdadeira gestão pública da Caixa Geral de Depósitos que defenda e potencie o serviço público bancário, que objective o desenvolvimento do país, o financiamento às micro, pequenas e médias empresas e a satisfação das necessidades dos trabalhadores e das populações.
DIF/CGTP-IN
Lisboa, 01.02.2018