A CGTP-IN considera inadmissível o novo aumento substancial dos custos de produtos e serviços bancários agora anunciado pela Caixa Geral de Depósitos, que vai atingir sobretudo os reformados e trabalhadores de menores rendimentos.
Efectivamente, os aumentos mais significativos incidem sobre as comissões das contas de custo mais baixo, nomeadamente a conta S, a mais barata do banco, utilizada principalmente pelos clientes mais idosos, e sobre as contas de serviços mínimos bancários, que sempre foram gratuitas no banco público, e passam agora a ter um custo anual de €4,20 para clientes com rendimentos superiores ao salário mínimo.
Mas as taxas são igualmente agravadas relativamente a outros serviços desde o processamento das prestações da casa, aos levantamentos ao balcão, cadernetas e cheques.
O aumento dos custos de processamento das prestações da casa – taxa que muitos consideram ilegal – vai atingir milhares de famílias independentemente dos seus rendimentos, ao passo que os elevados custos dos levantamentos ao balcão são particularmente gravosos para os mais idosos, que experimentam grandes dificuldades na utilização de meios alternativos, como os cartões de débito.
Em contrapartida, muitas contas utilizadas por clientes de mais recursos beneficiam de uma redução das comissões de manutenção de conta, o que demonstra mais uma vez à custa de quem os bancos alimentam os seus lucros.
A CGTP-IN considera inaceitável que o banco público queira aumentar os lucros à custa daqueles que menos têm e menos podem.
A administração da CGD continua assim a penalizar quem trabalha e trabalhou para minimizar os prejuízos de negócios ruinosos feitos no passado. A CGTP-IN lembra que muitos dos que são afectados por estas medidas não têm quaisquer alternativas, nomeadamente os reformados, até porque a generalidade das pensões é paga exclusivamente através da CGD, o que só reforça a necessidade de intervenção urgente por parte do Governo.
Os aumentos agora anunciados pela Caixa Geral de Depósitos inserem-se na política, seguida em todo o sector bancário, de desincentivar a ida dos clientes aos balcões, com o objectivo de reduzir custos e simultaneamente esvaziar as funções de muitos trabalhadores, que passam a ser dispensáveis e a engrossar o número crescente de despedimentos no sector, ao mesmo tempo que a banca aumenta exponencialmente os seus lucros.
Para a CGTP-IN, a Caixa Geral de Depósitos não pode continuar a ser um banco público que funciona na lógica da gestão privada e deve converter-se num banco de verdadeira gestão pública, assente num modelo de negócio que tenha como prioridades o desenvolvimento do país e o apoio ao setor produtivo e às famílias. De que espera o Governo para agir?