tele2A prestação de trabalho em regime de teletrabalho constituiu a mudança mais importante no domínio da organização do trabalho no período mais recente.

Não pondo em causa o direito de opção por esta figura de trabalho domiciliário, o teletrabalho constitui mais um elemento que releva a centralidade do confronto entre o trabalho e o capital.
Apresentado como uma inovação, o teletrabalho, nesta época de pandemia da COVID-19, rapidamente se revelou como mais uma forma de fragilizar e explorar as mulheres e homens trabalhadores.

Considerado por alguns como uma solução, este tipo de trabalho domiciliário é vivido e sentido por grande parte dos trabalhadores, mulheres e homens, como um problema acrescido para a conciliação entre a actividade profissional e a vida pessoal e familiar.
Falta o tempo e a atenção necessária para acompanhar os filhos adequadamente, perante a coacção patronal e a dificuldade de concentração para trabalhar.

Aumentam os ritmos de trabalho e a pressão para a desregulação dos horários. A individualização rima com a precarização dos vínculos de trabalho. O isolamento dificulta a socialização e vulnerabiliza a organização e acção colectiva.
Faltam condições habitacionais e socioeconómicas. O controlo do processo de trabalho serve de pretexto ao patronato para violar a privacidade domiciliária.

O tempo volta para trás com a tentativa do regresso das mulheres a casa. Acentuam-se as situações de stress, assédio laboral e burnout/esgotamento das mulheres e homens que se encontram em teletrabalho.

Estas são situações objectivas que confirmam a tentativa de sobreposição do lucro fácil do poder económico e financeiro, aos interesses e bem-estar dos trabalhadores e das famílias e do desenvolvimento económico e social do país.

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