cartazggEm finais de 1981, o desemprego registado era de 8,8%; a previsão da OCDE para a inflação do ano seguinte era de 25%; e o Governo anuncia um tecto salarial de 14,75% e a intenção de rever a legislação laboral para facilitar os despedimentos.

A situação social era explosiva os trabalhadores responderam com grandes manifestações, ainda em Dezembro de 1981. E, entre 4 e 8 de Janeiro de 1982, cerca de 900 mil trabalhadores, grande parte da Indústria e de todo o ssector dos transportes, estavam em greve por aumentos salariais e pelos contratos colectivos.

No dia 15 de Janeiro de 1982, o Plenário de Sindicatos da Intersindical declara Greve Geral de 24 horas para o dia 12 de Fevereiro de 1982, sob o lema "uma só solução: ´ad´ fora do Governo!".

fotoJoaosilvaOs resultados laborais do confronto foram desde logo assinaláveis: todos os aumentos salariais foram acima dos 20% e alguns foram mais de 30%, estilhaçando o tecto salarial;
O Pacote Laboral foi metido na gaveta e só foi de lá tirado em 1988, no Governo de maioria absoluta de Cavaco Silva, 6 anos depois; em vez dos 18 meses da lei, os CCT’s passaram a vigorar apenas 12 meses; o Governo ficou socialmente isolado e caiu cerca de 10 meses depois, com a continuação da luta que se manteve depois da greve geral, num alto grau de intensidade.

DIF/CGTP-IN
12.02.2022