A CGTP-IN promoveu o Dia da Indignação, Protesto e Luta com greves e paralisações em diversos sectores de actividade e, também, protestos com desfiles de trabalhadores e pensionistas pelas ruas das cidades de norte a sul do país, que provocaram constrangimentos na indústria, saúde, educação e serviços da administração pública.
Milhares de trabalhadores mostraram a sua indignação e capacidade de luta marcando presença nas Praças da Indignação de várias cidades do país pelo aumento dos salários e contra o aumento do custo de vida. 

RESOLUÇÃO

Pelo aumento geral dos salários!
Contra o aumento do custo de vida e pelo controlo dos preços!

Os trabalhadores e as populações estão confrontados com o agravamento das suas condições de vida, com os preços de bens e serviços essenciais a aumentar ainda mais. O aumento do custo de vida e a contínua escalada de preços, os insuportáveis aumentos das taxas de juro dos créditos a habitação, a perda real e muito significativa do poder de compra de quem trabalha e trabalhou, anda a par e passo com a contínua e injusta acumulação de lucros dos grandes grupos económicos potenciada pela especulação. É preciso ir muito para além de medidas pontuais e de caracter assistencialista. É urgente aumentar os salários e as pensões e regular os preços dos bens alimentares, da energia, dos combustíveis e de outros serviços essenciais.

O grande capital, ao mesmo tempo que se aproveita das opções do Governo, promove projectos reaccionários e antidemocráticos visando a continuação e o agravamento do ataque aos direitos dos trabalhadores.

O Governo não responde aos problemas estruturais que o País enfrenta e avança com medidas muito insuficientes para resolver as dificuldades do dia-a-dia com que os trabalhadores, reformados e pensionistas estão confrontados e, ao mesmo tempo, deixa intocáveis os lucros das grandes empresas e dos grupos económicos e financeiros.

Não descola da convergência com a direita quando dá corpo às opções que servem o grande capital, mantém as normas gravosas da legislação laboral, não regula os preços dos bens e serviços essenciais, não acaba com a especulação das grandes empresas e dos grupos económicos e financeiros, não reduz para 6% o IVA da electricidade, do gás e dos produtos alimentares e não taxa efectivamente os lucros, que continuam a aumentar.

Os acordos negociados, tanto para o sector privado como para a Administração Pública, comprovam ser um engano. Em vez do tão propagandeado aumento, traduzem-se em empobrecimento garantido, benefícios fiscais para as grandes empresas e grupos económicos e aumento das desigualdades.

Os Serviços Públicos e as Funções Sociais do Estado, da única e exclusiva responsabilidade do governo, são exemplo claro das suas políticas: degradando-se a cada dia que passa, votando os seus trabalhadores à desvalorização profissional e salarial, perde quem trabalha na Administração Pública e os Utentes dos Serviços Públicos.

No que diz respeito à legislação laboral, o governo opta por, mais uma vez, não resolver os graves problemas da precariedade, da desregulação dos horários, do ataque à contratação colectiva, entre outros, permitindo o agravamento do desequilíbrio das relações laborais e o aumento da exploração por parte do patronato.

A luta é o caminho!

Face à situação, os trabalhadores desenvolvem e intensificam a luta, nos locais de trabalho e na rua, por outra distribuição da riqueza, que dignifique a vida de quem a produz - os trabalhadores. Dão combate às tentativas de agravamento da exploração, às injustiças e desigualdades que levam tantos ao empobrecimento. Lutam para exigir mais salário, mais direitos, melhores serviços públicos, direito à habitação e as condições de vida e de trabalho a que têm direito.

É possível viver melhor no nosso País. São precisas respostas imediatas ao agravamento da situação por via do brutal aumento do custo vida, é essencial para o país a valorização do trabalho e dos trabalhadores e, por isso, é urgente o aumento dos salários e pensões no imediato, a fixação de limites máximos nos preços dos bens e serviços essenciais e a taxação extraordinária sobre os lucros colossais das grandes empresas.

Para além das medidas imediatas, os trabalhadores exigem, no quadro das reivindicações para 2023:

- O aumento dos salários em, pelo menos, 10% e não inferior a 100€, para todos os trabalhadores;

- A valorização das carreiras e profissões;

- A fixação dos 850 euros para o Salário Mínimo Nacional com referência a Janeiro de 2023;

- A efectivação do direito de contratação colectiva;

- 35h para todos e combate à desregulação dos horários;

- A erradicação da precariedade;

- A revogação das normas gravosas da legislação laboral;

- O aumento de todas as pensões e reformas, que reponha o poder de compra e assegure a sua valorização;

- O reforço dos serviços públicos e funções sociais do Estado, o direito à habitação.

Hoje, neste Dia Nacional de Indignação, Protesto e Luta, os trabalhadores estão em luta, nos locais de trabalho e nas ruas, levando a cabo greves e paralisações em todos os sectores e em todo o País, levando a luta dos locais de trabalho às ruas, participando nas Praças da Indignação que acontecem em todos os distritos.

Esta luta, esta força, traz consigo o compromisso de continuar este caminho, intensificando a acção reivindicativa, dando expressão à indignação e ao protesto, reforçando a organização e intervenção dos sindicatos de classe da CGTP-IN, na luta pelas respostas necessárias aos trabalhadores e ao País, que vai continuar a crescer.

Aqui assumimos o compromisso da acção reivindicativa nos locais de trabalho, empresas e sectores, de fazer ouvir nas ruas as vozes da nossa indignação, protesto e reivindicação, de promover a convergência da força imensa dos trabalhadores.

Viva a luta dos trabalhadores!

Viva a CGTP-IN!