Face à tomada de posse do XXIV Governo da República Portuguesa e ao que, durante os últimos dias, muito se tem falado sobre os ministros que o compõem, na opinião da CGTP-IN, é com preocupação que vemos os objectivos deste governo, não apenas pelas individualidades que dele fazem parte, mas principalmente pelo rumo de retrocesso que o mesmo pode significar para o país.
Afunilar a discussão no perfil dos ministros é procurar remeter para posicionamentos individuais a responsabilidade de execução de políticas que emanam do Programa Eleitoral da AD (PSD/CDS/PPM) que em nada dá garantias de futuro, nem para o país, nem para os trabalhadores.
Embora o governo que hoje toma posse só apresente o seu programa no próximo dia 10 de Abril, aquilo que foi dado a conhecer durante a campanha eleitoral traduz um forte ataque, nomeadamente aos trabalhadores e aos seus direitos, ao Serviço Nacional de Saúde, à Escola Publica, à Segurança Social, bem como o favorecimento dos grupos económicos, o agravamento da exploração e a acentuação das injustiças e desigualdades.
Para a CGTP-IN, este governo assume uma orientação política que não está voltada para responder aos problemas dos trabalhadores e do país, mas sim para favorecer ainda mais os interesses do grande capital.
Mas importa sublinhar que, mesmo contra a sua vontade, o governo será obrigado, pela luta dos trabalhadores, a dar resposta aos problemas.
Os trabalhadores e o povo português têm a força necessária não apenas para derrotar ataques aos seus direitos, como para conseguir avanços nas suas justas reivindicações.
Neste sentido, a CGTP-IN, os sindicatos e os trabalhadores confrontarão o patronato e o Governo com os problemas e com a exigência de respostas, desenvolverão a luta pela elevação das condições de vida e de trabalho, salários dignos, redução dos horários de trabalho, por uma melhor conciliação entre a vida pessoal e familiar com a vida profissional, contra a precariedade e pela melhoria e reforço dos serviços públicos.
A CGTP-IN, os sindicatos e os trabalhadores vão intervir, reivindicar e lutar para garantir direitos, combater a exploração e afirmar os valores de Abril.
DIF/CGTP-IN
Lisboa, 02.04.2024