A Interjovem/CGTP-IN convocou para dia 31 de Março, pelas 14h30 no Largo Camões uma manifestação nacional que assinalará o Dia Nacional da Juventude.
No dia 28 de Março de 1947, juntaram-se centenas de jovens num acampamento organizado pelo Movimento de Unidade Democrática Juvenil (MUD Juvenil), em Bela Mandil, no Algarve. Um dia de coragem e resistência dos jovens que, em plena ditadura fascista, resistiram à intimidação, repressão e violência de guardas armados da GNR e de agentes da PIDE que os obrigaram a suspender imediatamente as actividades de convívio que decorriam (música tocada por músicos amadores, baile, comensalidade) e a retirarem-se sem delongas.
Foi a luta destes jovens e do povo do nosso País que levou, após anos de resistência, à Revolução de Abril.
Este dia passou a ser comemorado em Portugal por estar associado à luta da juventude. Hoje, evocamos essa resistência e determinação dos jovens de outrora porque vencer é nunca desistir. Hoje, os jovens trabalhadores também não desistem de lutar, de quererem uma vida melhor, terem direito a trabalhar, viverem e serem felizes no nosso país.
O 25 de Abril abriu portas a conquistas demasiado valiosas para serem esquecidas. Consagrou o direito à liberdade e libertou o povo e a juventude das amarras da repressão policial e da censura. Mas foi mais longe ao garantir o direito à greve, à habitação, à saúde, à cultura e ao direito à livre manifestação.
Conquistou ainda pilares fundamentais da nossa economia como a nacionalização de sectores estratégicos que colocou o País a produzir com qualidade e avançou com a reforma agrária que tornou Portugal algo que não é hoje – dependente apenas da sua agricultura.
Conquistou também o salário mínimo nacional em valores que hoje, tendo em conta o poder de compra, são idênticos. Conquistou o direito ao trabalho e ao trabalho com direitos, impondo a estabilidade.
No dia 31 de Março, pelas 14h30 no Largo Camões vamos participar na manifestação nacional vamos comemorar o Dia Nacional da Juventude.
Porque temos direito à habitação, à saúde e à cultura. Temos direito a ter um País que produz e se desenvolve industrialmente, que aproveita os recursos naturais para a pesca e a agricultura, que não está dependente e subjugado aos interesses externos.
Porque temos direito a trabalhar e viver em Portugal, a construir uma vida no nosso País, com salários dignos, com estabilidade, com valorização do trabalho e dos trabalhadores.
Porque exigimos e temos direito a um futuro melhor.
Interjovem/CGTP-IN
28.03.2016