Para a CGTP-IN, a decisão do Conselho de Segurança da ONU de recomendar António Guterres para Secretário-geral das Nações Unidas – relevante cargo internacional – implica, da sua parte, um empenhado compromisso na defesa dos princípios contidos na carta da ONU, da sua missão e papel, bem como o respeito pelo Direito Internacional, não permitindo que os seus valores sejam subvertidos e instrumentalizados.
A CGTP-IN sublinha o papel activo e independente que a ONU deve ter na defesa da paz, na prevenção e resolução dos conflitos, na afirmação dos direitos, da autodeterminação, independência e soberania dos povos e do desenvolvimento sustentado e progresso da Humanidade. Um papel que, tal como preconiza o Programa de Acção aprovado no XIII Congresso da CGTP-IN, “impõe uma profunda revisão da sua organização, funcionamento e métodos de decisão e o abandono da subserviência face às grandes potências imperialistas e à NATO”.
A CGTP-IN considera que o próximo mandato da ONU deve favorecer o estabelecimento de uma nova ordem económica internacional, essencial para um desenvolvimento global mais justo e equilibrado, e assegurar as condições necessárias para promover o trabalho digno e combater decisivamente o trabalho forçado e infantil, a dramática situação em que se encontram milhões de refugiados e migrantes, bem como a violação de direitos humanos e outros direitos fundamentais, consagrados em convenções e normas da OIT e outros instrumentos internacionais.
Num quadro de acentuação das desigualdades e da pobreza, a credibilização da ONU é indissociável de uma efectiva resposta às necessidades e anseios dos trabalhadores, através da valorização do direito ao trabalho e ao trabalho com direitos, de uma mais justa distribuição da riqueza, da existência de serviços públicos universais e de qualidade à escala global e do respeito pela vontade soberana dos povos.