No final das reuniões com os Grupos Parlamentares do PCP, PEV, PAN e BE, Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP-IN considerou uma "falta de respeito" pelos trabalhadores que parte do patronato tente limitar a dez euros o aumento do salário mínimo em 2017, alegando que sectores como a restauração ou hotelaria nunca tiveram tanto negócio.
Estas considerações surgem no seguimento das afirmações do presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, que defendeu a limitação do aumento do salário mínimo em dez euros (para os 540 euros mensais) no próximo ano, tendo em vista compensar os prejuízos resultantes da criação pelo Governo de uma taxa adicional de IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis) para património de valor superior a 600 mil euros.
Já sobre as consequências da aplicação do adicional de IMI a partir de 2017 no sector do comércio, que tem grande parte dos trabalhadores que aufere o salário mínimo nacional, Arménio Carlos disse "Que a esmagadora maioria das empresas tem menos de dez trabalhadores, são micro ou pequenas empresas e, como tal, sem qualquer possibilidade de possuírem ou fazerem investimentos em instalações na ordem dos 600 mil euros. Em segundo lugar, defendeu ser justo que quem tem condições para fazer investimentos dessa natureza, ou de milhões de euros, dê também a sua contribuição através do IMI".
Arménio Carlos sustentou ainda que "não é por via da limitação do salário mínimo que o comércio resolverá os seus problemas. O comércio resolve os seus problemas a partir do momento que perceber que a melhoria dos rendimentos dos trabalhadores e das suas famílias é que a galinha dos ovos de ouro. Se nós tivermos mais rendimento, podemos consumir mais e, logo, o comércio vai vender mais e fazer mais negócio".