A SONAE está testar para a covid-19 apenas os trabalhadores de um dos armazéns e não os mais de 3 mil trabalhadores do entreposto da Azambuja que partilham espaços comuns e os mesmos transportes públicos, denuncia o CESP.
Nota à Imprensa do CESP sobre o surto no entreposto da Sonae na Azambuja:
A SONAE não anda a testar todos os seus trabalhadores na Azambuja, brincando com a sua saúde
A empresa, só depois de ter vindo a público que existem trabalhadores infectados com a COVID-19 no entreposto da Azambuja, anunciou que iria testar todos os seus trabalhadores.
No entanto, não só isto não foi feito até ao momento, como não há intenção de o fazer.
Os casos verificados até agora são de trabalhadores de um dos armazéns, da área alimentar. Acontece que a SONAE está a efectuar testes apenas aos trabalhadores deste armazém, o que deixa de fora a maioria dos mais de 3 mil trabalhadores do entreposto. Esta decisão é irresponsável na medida em que a entrada nas instalações é a mesma para todos os trabalhadores do complexo, assim como diversos espaços interiores, para não falar da já conhecida situação dos transportes públicos.
Não bastava o anunciado prémio de 20% para todos os trabalhadores na “linha da frente”, que afinal não é para todos, a SONAE volta a distorcer a realidade.
E lembramos que esta não é a primeira vez que a SONAE falta com os seus compromissos relativos à segurança e saúde no trabalho, estando diversas reivindicações deste âmbito constantes nos cadernos reivindicativos dos trabalhadores há diversos anos.
O CESP exige que a empresa cumpra com as suas obrigações de zelar pela saúde dos seus trabalhadores, que neste caso particular, até acontece a meio de uma crise de saúde pública. Os trabalhadores não precisam de operações de cosmética, mais propaganda do que medidas efectivamente preventivas, e sim respeito por quem cria a riqueza da empresa e, como podemos confirmar nestes tempos, os que também assumem os riscos em tempos de crise.